terça-feira, 7 de outubro de 2014

Quero morrer apaixonada!

Sabe aquela paixão que vem de repente, não sei de onde, e toma a alma da gente de maneira inexplicável, fazendo com que passemos a ver o mundo de outro ângulo? É um tesão que toma conta do pensamento, nos enche de ânimo e otimismo. Muitos já sentiram isso, e meu desejo mais sincero é que todo mundo tenha a oportunidade de sentir isso um dia. Depois que isso acontece nunca voltamos a ser o que éramos; e isso é fantástico!

Esta paixão tomou conta de mim há uns anos atrás, mais ou menos na época que comecei a faculdade de Direito. Não sei ao certo que fato a fez despertar, mas agradeço diariamente por ela tomar conta do meu eu. Talvez o que a tenha despertado seja uma certa consciência do fim. Sim, aquele prazo de validade que temos, mas ninguém sabe qual é; a morte. Como dizem, é a única certeza que temos na vida. Enfim, não sei se foi o medo da morte que me despertou uma paixão incrível pela vida, mas o fato é que esta paixão domina quase tudo que faço. Às vezes fica mais intensa outras vezes sofre alguns abalos, mas apesar de todos os percalços da vida, a minha paixão continua acesa, e isso que me impulsionada a querer fazer um monte de coisas. A única coisa que lamento é ter-me dado conta disso depois dos 30. Acredito que se ela tivesse me incendiado aos 20 teria aproveitado muito mais; o que não me impede de continuar tendo fé e ânimo.

Ultimamente eu andava muito brava por ver pessoas a minha volta desanimadas de viver, de estudar, de trabalhar, até de amar. Tentei ajudar muitas delas a não desanimar e a não desistir de nada. O problema é que esta é uma questão muito particular, talvez de motivação pessoal ou fé. Uns despertaram, outros não e outros nunca.

Hoje descobri que tem gente que também tem esta paixão, e que ela poder ser muito maior que a minha. Ouvi a palestra do Professor Sérgio Mascarenhas, 86 anos, fisco-químico, lecionou em Harvard, em Princeton, e em diversas outras universidades pelo mundo; hoje é professor da USP. Ele falou sobre o conhecimento em geral. Ele tem uma cultura pessoal excepcional. Falou com sensatez e agilidade sobre diversas áreas. Fiquei impressionada! Mas já vi outras pessoas, com tanta idade ou mais que ele falarem com muita sensatez, assim como ele; Ariano Suassuna e Rubem Alves são outros exemplos. Mas Professor Sérgio Mascarenhas em especial me deixou perplexa quando contou que há alguns anos atrás descobriu uma doença degenerativa que o deixou com uma série de problemas, fazendo xixi na roupa e com dificuldades motoras. Achou que fosse Parkinson, mas era um tipo de “hidrocefalia”. Em crianças causa o aumento da cabeça, em adultos, como o cérebro já está mais duro, o acúmulo de líquido causa uma pressão intracraniana muito grande, afetando várias regiões diferentes do cérebro, afetando principalmente os neurônios.


E não é que ele, tomado pelo tesão da vida, inventou um mecanismo para drenar o líquido intracraniano. Ainda disse após a palestra, se alguém quisesse poderia sentir a cânula que sai da cabeça dele e drena o líquido para uma bolsa que fica junto ao abdômen. O "velhinho" é um  gigante! Tem uma agilidade mental fantástica. Gostaria eu de chegar na idade dele com só metade daquela agilidade e sensatez, aquela fome de conhecimento e aquele tesão pela vida.


quarta-feira, 16 de julho de 2014

FUTEBOL NÃO É POLÍTICA

Futebol é uma paixão de brasileiro; ou era, até o final desta Copa do Mundo. Sou Corintiana, e por mais que pesem as críticas, nada vai me fazer torcer para outro time, muito menos para o Palmeiras. É uma questão de paixão, algo inexplicável. Meu time pode ganhar ou perder, não importa, não vou mudar de time, apenas vou mudar a forma de elogiá-lo.ou criticá-lo. Algumas vezes vou estar inflando o peito de orgulho, outras vou tentar passar desapercebida para não ser motivo de gozação. 

O fato é: FUTEBOL NÃO É POLÍTICA.  Vamos atentar para isso e parar de tratar política com a mesma paixão inexplicável que temos por nossos times de futebol. 

Atualmente ando vendo manifestações apaixonadas nas redes sociais misturando política e futebol. Tipo: " A saúde do país está uma merda e você preocupado com o 7 x 1 na Copa..." entre tantas outras que bombam todos os dias. Isto tem me deixado preocupada. Além disso, o trágico fato de nossa Presidente ter sido vaida por mais de uma vez na Copa do Mundo me encheu de vergonha alheia. Afinal, bem ou mal, fomos nós que a elegemos, e se ela não está fazendo um bom trabalho, cabe a nós a tirarmos deste cargo. Vaiar a representante da Nação é assumir nossa própria incompetência.  

Não estou aqui defendendo nenhum partido, nem nenhum político, muito pelo contrário. O que venho pedir é para que as pessoas parem de tratar política com a mesma paixão insana do futebol. 

Já sabemos há muitos anos que não podemos defender uma ideologia apenas observando a linha política de nossos partidos políticos. Nenhum partido no Brasil segue rigidamente uma linha ideológica coerente. Somos mais ou menos assim: "Partido Comunista Liberalista Católico do Brasil". Linha ideológica é uma aula que todos nossos políticos cabularam. Sendo assim, em vez de ser PTista de formação, ou Aécio desde criancinha, ou sei lá o que mais (porque nem sei quem são os outros candidatos), vamos deixar as falsas e frágeis ideologias de lado e vamos estudar o assunto. 

Não adianta falar: "não vou voltar no PT por causa do mensalão" ou " não voto no Aécio porque sou professor e ele foi péssimo para nossa categoria em Minas" ou tantas outras reclamações de falcatruas e corrupções sabidas ou ainda não sabidas. O fato é que nenhum candidato está na fila da canonização. Política é um sistema podre, e isso todos nós estamos carecas de saber. Anular o voto também não é um opção inteligente, é tirar o "seu" da reta. Independentemente de você votar ou não alguém vai ser eleito e você sofrerá as consequências da sua indiferença política.

O que venho pedir é consciência. Não tenho candidato ainda; nem sei ao certo quem serão os candidatos, mas quando souber vou procurar pesquisar a história política do sujeito. Olhar para o passado é a melhor forma de construir o futuro. A gente usa a internet pra tanta bobagem, que tal perder uns minutinhos pesquisando a vida do candidato? Vamos deixar os conceitos pré estabelecidos de lado e pensar em melhorar este País. 

Outra coisa importante é ter um pouquinho que seja de altruísmo. Quando for escolher seu candidato, pense na coletividade e não na sua categoria. O que adianta votar no candidato "bom para os empresários" e enriquecer sozinho no meio da pobreza? Também não adianta votar naquele de garante o "bolsa miséria" e viver num país estacionado economicamente. O bom mesmo não vamos encontrar; mas podemos votar no menos pior, e exigir uma boa prestação de serviço.  

Se você, assim como eu, ainda não sabe em quem votar, pesquise a vida do sujeito, avalie o que cada um diz estar disposto a fazer pela coletividade, não apenas para uma categoria. Depois que o sujeito for eleito, não vá vaiá-lo em público, porque isto é reconhecimento da própria incompetência. Ao invés disso, aprenda a cobrar dele - sem violência, usando os meios legais - as promessas que ele fez na época da campanha. 

Lição de marketing pessoal: "Se você, por mais que seja um bosta, não assume isto para os outros e tenta se melhorar; não esculache o próprio país e tente fazê-lo melhor para todos."

sexta-feira, 7 de março de 2014

E a história vai se delineando...

Poucas coisas me emocionam, mas conforme ia virando as páginas do jornal do dia 21/02/2014 pude ver a história do nosso mundo moderno se delineando aos garranchos. Então pude perceber como a política de poucos homens mexe com a vida de tantos outros.

Primeiro vi a foto da Praça da Independência na Ucrânia, antes e depois das manifestações e embates entre a população e o governo pelo processo de independência da União Soviética. É surreal ver a capacidade destrutiva dos seres-humanos na tentativa de impor ideais. Às portas com uma guerra civil, populares não se entendem com populares, que não se entendem com os governantes destes populares. E quebra-se tudo, queima-se tudo, destrói-se tudo que é de todos porque a incapacidade de resolver conflitos do ser-humano é  latente deste a pré-história. Em que mundo estamos vivendo?!

Concomitantemente, a Venezuela vive o dilema entre o governo que com “mão de ferro” tenta impor seus ideais socialistas e a insatisfação popular. Maduro tenta impor sua ditadura mediunicamente. Afinal, ele diz que recebe orientações de Hugo Chavez, que, apesar de tudo, ainda guarda a admiração de muitos venezuelanos. Isso realmente é coisa de outro mundo!

E a história mundial vai sendo construída através das páginas do jornal. Fiquei pensando na angústia destas pessoas. Em tempos de tanta modernidade a humanidade ainda está presa a conceitos tão pré-históricos.

Continuando minha saga surreal pelas páginas da história, me deparei com o fato que me arrancou lágrimas. Dizia a manchete: 82 sul-coreanos foram sorteados para viajar e rever seus parentes norte-coreanos, separados pela guerra da Coréia (1950/1953). A foto mostrava dois idosos se abraçando e chorando. Todo aquele sentimento deles, guardado por mais de 60 anos transbordava da folha de jornal. Explicando: Em 1988, 127 mil coreanos se inscreveram para esta viagem. Desde então eles esperam. 57 mil já faleceram, e apenas 82 privilegiados, escolhidos por sorteio, puderam passar apenas um dia com seus parentes. Famílias separadas pela ignorância humana há mais de 60 anos. Levavam suvenires como dólares, guardados durante anos, e macarrão instantâneo. É muito triste...

Para fechar com chave de ouro a edição dos fatos históricos absurdos de 21/02/2014, a notícia vem do Sudão. Incorporado ao mundo árabe pela expansão islâmica, tem uma realidade cultural muito... diferente. Diferente da minha. Diferente... mas talvez seja igual. Igual a qual? Difícil compreender, por isso vamos à notícia: Uma mulher casada, de 19 anos, dois filhos, grávida, após sofrer estupro coletivo por sete homens, vai presa, juntamente com seus agressores, acusada de adultério. Como a lei muçulmana não dá grande importância a mulher, estupro não é um crime tão grave assim. Se forem condenados, isto é, se forem sequer processados, os estupradores podem pegar um pena leve. No entanto, a mulher que sofreu agressão tão brutal, acusada de adultério e prostituição, pode ser condenada à pena de morte por apedrejamento. Faltam-me palavras para expressar o tamanho da minha indignação.


Só relembrando, estamos em 2014.