terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Desci porrada

Aquela mulher chegou na Promotoria dizendo que queria retirar a representação feita contra o marido. Ele estava preso desde sábado por ter ameaçado a esposa.

Pensei: Mais um daqueles casos em que a mulher sofre violência doméstica, mas por causa de uma estranha dependência afetiva, fica com pena do infeliz e procura tirá-lo da cadeia.

Enquanto pegava as declarações dela, perguntei se ela gostaria de alguma medida protetiva para garantir que ele ficasse longe dela. Ela disse que não.

Pensei:  Já quer o infeliz de volta...

Eu estava enganada. Que ótimo!

Ela disse que não queria medida protetiva pois estava indo morar com sua irmã em outra cidade. Que estava retirando a representação porque a família dele tinha pedido. Perguntei se ela não tinha medo dele persegui-la quando saísse da cadeia. Ela disse que acreditava que ele não ia mais importuná-la.

Saindo, já na porta ela disse: Apanhei durante 10 anos em silêncio. Entrei no jiu jitsu e sábado, quando vi que ele ia me bater, desci porrada e acabei com a raça dele. Ele está lá na cadeia todo roxo.

ADOREI!!!

3 comentários:

MUNDO CÃO disse...

hahaha! a cara do sujeito foi a melhor! texto bem legal.

Mel disse...

Adorei tb!!!
Muito bom mesmo!!!
Pena que nem todas essas histórias tem "finais felizes" como esses.
Triste realidade.

... disse...

Esta história é verdadeira. Também achei muito bem feito. Em tese, não é a atitude correta a tomar. Inclusive disse isso a ela. Mas se só uma pequena parte das mulheres que sofre violência doméstica fizesse o mesmo que esta mulher fez, eles iriam pensar duas vezes antes de levantar a mão.