
O meu espetacular plano de celular me permite falar com
metade das minhas amigas de graça, o tempo todo pelo tempo que eu quiser. Para
a outra metade das amigas tenho alguns minutos de bônus e quando eles acabam
pago uma tarifa bem baratinha, o que me permite fazer uma das coisas que nós
mulheres adoramos: falar, e falar muito. E eu uso adequadamente tudo o que meu plano me
proporciona. (Ah se não fosse este plano...eu estaria falida...mas duvido muito
que estivesse muda)
Então, cada coisa com a sua função: telefone é pra falar; computador e tablet para navegar na internet. Juntar os dois pra
quê, se funcionam tão bem separados?
E eu tentei propagar esta minha ideia, mas sem muito
sucesso. Minha filha sempre teve vontade de ter um smartphone, mas eu dizia:
“Para quê, se você tem computador, tablet e telefone? E além disso, você pode
falar de graça comigo pelo tempo que quiser!” (O martírio de todo adolescente:
ter uma mãe que fala de graça. Pra eles o ideal seria se ligações da mãe
custassem R$ 500,00 o minuto. Mas nós mães nunca enxergamos isso.)
Um belo dia, o maldito telefone que fala de graça com a
mamãe aqui caiu no chão e se espatifou. Depois de muita insistência ela me
convenceu a comprar um smartphone. Pesquisei várias marcas e modelos e resolvi comprar um para ela. Acabei comprando um para mim, mas já fiquei mal
humorada só de pensar o tempo que iria perder tendo que aprender toda aquela
tecnologia que tanto fiz questão de fugir.
Só sei que foi assim... Fui mexendo, o tempo foi passando,
fui mexendo, tava mais fácil do que imaginava, fui mexendo, entrei na internet,
fui mexendo, entrei no facebook, continuo mexendo e já não tenho mais certeza se minha
teoria de que internet e telefone não se misturam está correta. Mas quem tirar o celular do
centro da mesa paga a conta! Espero que não seja eu.