sábado, 30 de março de 2013

UM ABRAÇO


Tenho uma amiga de Campestre que eu admiro pelo jeito como ela é.  Só pra dar um exemplo, um dia eu estava na casa dela e ela me convidou para o jantar. Foi no quintal, matou uma galinha e, daí a pouco, jantamos uma espetacular galinha caipira. Acho que mesmo se eu estivesse sem comer há um mês não conseguiria matar uma galinha. Algumas pessoas têm habilidades e disposições que outras não têm. Fato. Esta é a Célia. Ela faz certas coisas parecerem muito fáceis.


No começo dessa semana encontrei com a filha dela na rua. Ela estava falando ao celular com a mãe. Pedi para dar uma palavrinha – não falava com ela há algum tempo. Ela então me disse que havia tido um câncer de mama – detectado há 3 anos - havia feito algumas cirurgias, quimioterapia e agora estava voltando a trabalhar. Com a Graça de Deus estava curada.

Fiquei chocada pelo fato de não ter ficado sabendo de nada. Numa cidade onde todo mundo fala da vida de todo mundo, onde as línguas dos fofoqueiros a mataram três vezes – conforme ela me contou – como eu pude não ter sabido?

Hoje fui até a casa dela para fazer uma visita. Conversamos muito e conversamos muito pouco. Quando saí ela me deu um abraço. Um abraço sincero de amiga. Aquele abraço que  vem com uma mensagem simples implícita: eu gosto de você. Um abraço que me fez pensar que se ela tivesse morrido e eu não tivesse podido abraça-la, este pequeno ato teria feito muita falta. Ainda bem que recebi este abraço hoje. 

A partir de agora vou mudar a forma como venho publicando neste blog.  Ao invés de esperar vir a inspiração para escrever uma crônica, vou comentar pequenos acontecimentos diários. Isto porque nem sempre tenho inspiração para escrever, e as vezes, quero muito comentar determinado assunto, mas não tenho tempo para coloca-lo dentro de uma crônica.