segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Segundas Oportunidades


Ano passado, vi aquele ambulante na Praça da Independência e resolvi coloca-lo como personagem chave de uma das minhas histórias. Tinha acabado de montar a trama na minha cabeça. Escreveria assim que pudesse ter paz para organizar as ideias e passá-las para o papel. Um ano depois me vi na mesma Praça anotando novamente o nome do ambulante cego, o qual eu já tinha me esquecido.

A impressão que eu tenho é de estar retomando as coisas do ponto onde pararam. Como se eu estivesse ficado um ano congelada em sono criogênico. Então, com a precisão de um relógio suíço, despertei no mesmo local onde deveria ter estado um ano antes, com as mesmas pessoas com quem eu havia furado uma ano antes, tomando a cerveja que já deveria ter esquentado por ficar me esperando exatos 365 dias.

O impressionante é que tudo estava exatamente como eu tinha deixado. A história estava parada no mesmo capítulo, as pessoas continuavam me esperando no mesmo lugar e a cerveja ainda estava gelada. Parecia que Deus havia me dado a oportunidade de retomar a vida exatamente de onde eu tinha parado em 2012. Se os acontecimentos tivessem ficado por aí já seria motivo para chamar a atenção para o fenômeno que estava acontecendo; mas não. Foi uma sucessão de acontecimentos que estão mudando radicalmente o rumo da minha vida. Como se em 2012 tivesse realmente acontecido o fim de um mundo e 2013 estivesse nascendo novo, todo modificado. Todas as áreas que compõem a minha vida foram alteradas para melhor. Como se Deus tivesse me dado a oportunidade mágica de voltar no tempo e corrigir as coisas erradas, dando-me acontecimentos iguais de presente, um atrás do outro, numa sucessão de correções.

Quando disseram que o fim do Calendário Maia não significava o fim do mundo, mas o começo de uma nova era, não botei fé nisso. Sou muito cética com relação à coisas exotéricas. Mas o fato é que a minha vida virou de cabeça para baixo. Ou será que agora é que ela está de cabeça para cima?  Como boa mineira, ainda estou olhando de esgueio para minha própria vida, meio desconfiada. O interessante é que, mesmo cética, tenho uma certeza interior de que as mudanças estão apenas no começo. Uai, bão tamém!