Para ver um jovem amigo ir embora muito antes do combinado –
como diria Rolando Boldrin – e deixar um grande vazio no peito meu e de tantos
outros amigos;
Para sentir na pele a injustiça de ser tomada por louca
quando tudo o que procurava era um pouco de carinho;

Para ver violência gratuita e sem precedente e,
simplesmente, não me abalar, apenas, continuar vivendo;
Para ver sonhos serem interrompidos e imaginar como
teria sido se eles tivessem podido ter se realizados;
Para tratar com polidez quem me trata com estupidez;
Para tirar os espinhos do coração sem deixar cicatrizes;
Para suportar toda esta injustiça e conseguir ser justa com
as pessoas;
Para secar minhas lágrimas sem lenços de papel.