Era uma vez uma
mocinha muito branca chamada Branca de Neve.
Um dia uma bruxa irônica e debochada lançou um feitiço sobre a doce
mocinha: ela iria ter tudo o que todas
as mocinhas desejam, amor, sexo, um dom e uma profissão estável, mas essas
coisas jamais aconteceriam juntas em sua vida, o que fatalmente acabaria por
causar uma grande frustração e sofrimento, levando a doce Branca de Neve ao
desespero.
E foi o que
aconteceu. Depois de muita angústia e sofrimento, Branca de Neve resolveu
dormir um sono criogênico. Dormiu por sete anos, um sono tranquilo, sem
pesadelos e sem emoções. Um dia um som ensurdecedor penetrou-lhe os ouvidos:
era a música Alma do Rappa. Branca de Neve então despertou de seu longo sono. Os
ferimentos causados pela maldição da bruxa deixaram cicatrizes profundas e Branca
de Neve ficou meio torta e meio manca.
Um dia, Branca
de Neve caminhava manquitolando pela floresta, acompanhada pelos anões, quando
encontrou o Príncipe Encantado. Ele contou a Branca de Neve que ela tinha sido
seu grande amor platônico, mas que antes que ele pudesse ter revelado isso a
bruxa irônica e debochada lançou sobre ele o mesmo feitiço que havia lançado em
Branca de Neve; hoje ele também se encontrava torto e manco.
As anomalias que
ambos possuíam os impediam de seguir juntos e Branca de Neve continuou sua
caminhada, acompanhada apenas por seus fiéis anões. O encontro entre os dois
amaldiçoados pela bruxa causou mutações naquele feitiço tão antigo.
Um belo dia
Branca de Neve notou que suas presas estavam mais proeminentes. Já não mancava
mais e tinha um andar ereto e imponente. Foi se tornando cada dia mais bela e
sentindo uma necessidade insaciável por sangue.
A doce Branca de
Neve se transformou em uma temível vampira. Mantinha sua aparência alva e sua
feição pura, mas não sofria mais com as consequências do feitiço da bruxa. Sabia
que não era possível ter todas as coisas que desejava juntas, mas sua nova
condição fazia dela uma predadora obstinada.
Resignada,
mantinha seu árduo ofício de faxineira do castelo, mas ao mesmo tempo resolveu
mostrar a todas as pessoas que conhecia seus dotes de quituteira de maçãs do
amor afrodisíacas. Com o dinheiro que ganhava como diarista do castelo comprava
as maças que adoçava com a calda afrodisíaca. Com o tempo suas maças
afrodisíacas ficaram conhecidas em todo o reino.
A nova aparência
que Branca de Neve Vampira possuía seduzia facilmente os homens que cruzavam o
seu caminho. A alva vampira então se aproximava de um homem com intenção de torna-lo
seu grande amor, mas seu veneno da vampira fazia com que ele morresse em seus
braços. Cansada de sofrer pelos amores perdidos, mas sempre necessitando de
sangue, ela passou a aceitar sua nova condição. A bela e poderosa vampira sugava
até a última gota do sangue que precisava para viver e deixava com que sua
vítima morresse sem ter um pingo de remorso.
A bruxa irônica
e debochada, vendo a nova condição de Branca de Neve apareceu para ela e disse:
Desisto, não te amaldiçoarei mais, você é
pior do que eu. E assim, a bruxa
morreu de inveja e a bela e doce Branca de Neve Vampira viveu feliz para
sempre.